Física desenvolve dispositivo que otimiza cirurgias de câncer de mama

Cientistas do mundo todo vem se dedicando a descobertas de novos tratamentos contra o câncer. Um exemplo disso, é a física paulista Maria Elisa Rostelato, 66, finalista na categoria Inovação em Câncer de Mama, do Prêmio Inspiradoras 2021. Há 32 anos, ela realiza estudos para o tratamento oncológico no Centro de Tecnologias das Radiações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo. Atualmente, está se dedicando à área que tem impacto na redução do número de cirurgias que as pacientes precisam ser submetidas durante o tratamento de câncer de mama e também na eficácia desses procedimentos. 

Maria Elisa Roselato, finalista do Prêmio Inspiradoras 2021 na categoria Inovação em Câncer de Mama

Maria Elisa Roselato, finalista do Prêmio Inspiradoras 2021 na categoria Inovação em Câncer de Mama

A pesquisadora tem como objetivo melhorar a vida de quem está em tratamento de câncer, mas seu dia a dia fica bem distante dos consultórios. O dispositivo criado por ela é feito com sementes de iodo-125, em formato de implantes cilíndricos de 4,5 milímetros de comprimento por 0,8 milímetros de diâmetro, que funcionam a partir da inserção diretamente no local que será tratado, onde eles liberam material radioativo (iodo).

Ao longo de três anos, Maria Elisa utilizou o dispositivo como objeto de sua tese de doutorado, distinguida com menção honrosa em prêmio do Ministério da Saúde e da UNESCO em 2006. Desde então, a técnica vem sendo usada amplamente para debelar cânceres de próstata e de olhos. Nesses casos, ela é capaz de reduzir e até eliminar os tumores.

Em 2015, a física adaptou a tecnologia para o tratamento do câncer de mama. Nessa modalidade, as sementes têm funções diferentes, elas são usadas em casos de tumores muito pequenos, com menos de um centímetro de diâmetro, para apontar o lugar exato onde estão as células cancerígenas. Sendo assim, elas funcionam como guias para cirurgiões durante a operação, aumentando a precisão dos tratamentos.

No mercado já existem outras técnicas para orientar as cirurgias, como por exemplo, a inserção de um clipe metálico ou mesmo de um líquido no tecido mamário. Porém elas possuem algumas desvantagens em relação às sementes. O clipe não é tão simples de ser encontrado durante a operação, e o líquido não é tão preciso. A solução criada pela física além de ser precisa, possui um custo baixo, visto que é desenvolvido 100% nacionalmente.

 
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