Flurona: coinfecção por coronavirus e influenza

por Isabelle Bernardes

O aumento de casos de coinfecção dupla pelo vírus da gripe influenza e Covid-19 movimentou os noticiários e despertou dúvidas em todo o mundo. A detecção de um caso em Israel na primeira semana de 2022 despertou a atenção para a doença denominada "flurona" - quando o paciente é diagnosticado com dois ou mais vírus ao mesmo tempo. De acordo com a unidade de saúde do país, a paciente não havia tomado as vacinas contra a influenza, nem contra o coronavírus.

No Brasil, a coinfecção de coronavírus com Influenza já havia sido diagnosticada em dezembro de 2021. Dois bebês de um ano e um homem de 52 anos foram diagnosticados com os dois vírus respiratórios de forma simultânea. Todos os pacientes cearenses ficaram internados em unidades particulares, mas não tiveram quadro grave e já receberam alta. Atualmente, ao menos três estados brasileiros – Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo – tiveram novos relatos de testes positivos tanto para a Covid-19 quanto para a influenza.

Ambas as doenças são virais e causam dificuldade para respirar, pois as duas atacam o trato respiratório superior. Além disso, os especialistas ainda apontam que é possível uma tripla infecção com o vírus sincicial respiratório (VSR), que é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas, e um de muitos vírus que podem causar bronquiolite (infecção dos brônquios, nos pequenos tubos respiratórios dos pulmões).

Os especialistas reforçam a importância da testagem, pois isso será fundamental para que o médico oriente o tratamento adequado e também o tempo de isolamento. A Secretaria Estadual de Saúde do RJ informou que ainda não existem estudos para saber quais as consequências para os pacientes que adquirem as duas infecções.

O aumento do número de casos de ambas as infecções pode estar associado ao fato da vacina da influenza que estava sendo aplicada não protegia contra a variante do vírus que está circulando no país, e ao fato da variante ômicron ser mais contagiosa que as variantes anteriores da Covid-19. Manter o uso de máscaras e respeitar o isolamento, principalmente quando apresentar sintomas gripais é fundamental para ajudar a conter a propagação de ambas infecções.

Especialistas alertam ainda quanto à vacinação: quem testar positivo para Covid-19 deve aguardar 4 semanas após a confirmação para tomar nova dose da vacina. Quando os sintomas gripais forem leves e não testar positivo, a recomendação é tomar a vacina assim que os sintomas passarem para que possa aumentar a proteção contra o vírus.