Dia Nacional de Combate ao Glaucoma

por Isabelle Bernardes

Estima-se que 35 milhões de brasileiros tenham algum problema visual que causa que dificuldade para enxergar. Entre esses casos, pelo menos 900 mil têm o diagnóstico de glaucoma, de acordo com o Ministério da Saúde.

O glaucoma é uma doença silenciosa, caracterizada pela degradação do nervo óptico, associada ao aumento da pressão intraocular (pressão dentro do olho). O aumento da pressão ocular está associado à diminuição do escoamento do humor aquoso (líquido que preenche parte do olho humano). A redução no fluxo leva a um acúmulo no órgão que provoca o aumento da pressão intraocular.

Esse distúrbio pode se desenvolver de forma lenta e sem apresentar sintomas, como perda ou desconforto visual, ocasionando muitas vezes a perda gradual da visão, até levar à cegueira.

Hoje, 26 de maio, é considerado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma que alerta para a importância do diagnóstico precoce. A doença não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento contínuo.

Na maior parte dos casos, o glaucoma não possui causa definida. Porém, existem alguns fatores de risco. Causas como idade, hereditariedade, afro descendência e miopia são os maiores fatores de risco. Segundo especialistas, o glaucoma também pode ser causado por fatores secundários como complicações associadas ao diabetes, acidentes, trauma ocular e uso de algumas medicações a longo prazo, como corticoides.

Pode ser uma doença silenciosa, que se desenvolve durante meses ou anos sem apresentar sinais. O glaucoma normalmente é diagnosticado clinicamente, ao fazer a aferição da pressão ocular durante consultas de rotina.

Dificilmente um paciente apresenta algum sintoma quando possui hipertensão ocular. Alguns pacientes que apresentam a pressão ocular alta podem ter alguns sintomas de halos luminosos ou halos em volta de luzes coloridas. Porém, normalmente, quando esse tipo de sintoma aparece, a pressão já está em níveis mais elevados.
— Renata Rezende - Coordenadora da Oftalmologia da PUC-Rio

De acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma, 80% dos casos não apresentam sintomas no início da doença. Na ausência do tratamento, o paciente começa a perder a visão periférica, que possibilita o indivíduo enxergar nitidamente os objetos que estão distantes, a sua frente, porém, não vê o que está nas laterais. Nos estágios mais avançados, a visão central também é atingida e o glaucoma pode evoluir para a cegueira.

O glaucoma é uma doença crônica que não tem cura. Porém, na maioria dos casos ela pode ser controlada a partir do tratamento adequado e contínuo, por meio do uso de colírios, uso de laser ou cirurgia.  

O Ministério da Saúde recomenda consulta ao médico oftalmologista pelo menos uma vez ao ano para avaliações completas da visão e mapeamento de riscos baseados no histórico familiar.