Criança deve ficar doente? Entenda como funciona a imunidade infantil

Por Nicole Rangel Correia

Quando o assunto é imunidade infantil muitos responsáveis têm dúvidas quanto aos cuidados necessários com seus pequenos. Até onde posso deixar ou impôr limites? O que fazer quando meu filho está demonstrando sinais de baixa imunidade? Como saber se meu filho tem uma imunidade forte?

Para ajudar a solucionar esses questionamentos, a doutora homeopata Isabela Braga (CRM 5257742-0) concedeu uma entrevista exclusiva à MEDPUC-Rio. Confira a seguir:


  • A imunidade infantil precisa ser encarada como a de um adulto? Quais são as diferenças?

São bem diferentes. A criança é mais complexa, existem várias coisas que precisam andar juntas em sua saúde: boa alimentação, atividade física, bom sono, boas relações sociais,  um ambiente familiar harmônico. O conceito de saúde segundo a OMS é bem mais amplo, passa por questões de saúde mental, física, espiritual e emocional. Então a imunidade não está ligada somente a comer bem ou dormir bem, são vários fatores juntos.


  • Ficar doente é importante para a criança?

Sim. Nos primeiros anos de vida, a criança está desenvolvendo sua imunidade. É o período que ela vai pra creche, tem contato com outras crianças, então é normal que a criança fique doente. É obrigatório? Não. Têm crianças que passam pela creche e não pegam uma virose, por exemplo. 

No meu entender como médica homeopata, o que não pode acontecer é a criança adoecer com muita frequência e usar medicamento com muita frequência, porque isso tem o efeito contrário, que é diminuir a imunidade.

Adoecimento faz parte do processo de construção da imunidade, mas não é para ser recorrente.

  • Quais recomendações você daria em relação à higiene?

O básico: quando a criança acabou de brincar em um parque sujo e vai comer logo depois, por exemplo, é importante lavar as mãos ou higienizá-las com álcool. Quando a criança é muito pequena, ela ainda não tem essa noção de higiene básica, então a orientação dos pais é importante. Claro, pode brincar no chão, pode brincar na areia da praia ou da praça, mas saindo dali, lave a mãozinha. A noção de higiene precisa ser para todas as idades. 


  • Quais cuidados você recomendaria aos pais que querem fortalecer a imunidade de um filho?

A primeira coisa é fazer uma reflexão geral a respeito dessa criança: ela tem se alimentado bem? Ela tem dormido bem? Os horários dessa criança estão regulados? Ela tem feito atividade física? Como está a situação familiar dentro de casa? Como estão as relações na escola? Vendo que algum desses fatores está fora do eixo, é preciso reavaliá-lo para garantir que a criança tenha um ambiente propício para crescer com saúde. 

Quando tudo isso estiver em ordem, a criança terá boa saúde. Em consulta, nós avaliamos todas essas questões quando a criança está com imunidade baixa.


  • Qual conselho você daria para os pais cautelosos ao extremo?

Todo excesso faz mal: excesso de proibições, excesso de preocupações… Isso faz com que a criança cresça com muitas restrições e um pouco de insegurança. Não podemos ser radicais com nada, porque isso impacta negativamente a criança. Podemos ser flexíveis, escutar o que a criança gosta, tentar negociações. O que tem negociação, negocie. O que não tem, não negocie. Mas a gente pode eventualmente abrir exceções que não impactam negativamente a saúde da criança. 


Precisando consultar-se (ou consultar seu filho) com uma Homeopata qualificada, a Dra. Isabela Braga atende no Ambulatório Escola São Lucas da PUC-Rio. Agende sua consulta de homeopatia e outras especialidades médicas pelo Whatsapp: (21) 99220-1002 ou clique aqui.