Sinais de alerta: o que pais e responsáveis devem saber sobre cyberbullying

 

Pesquisas recentes apontam dados alarmantes de agressões online entre jovens brasileiros.

Por Cecília Quintella

Fonte: freepik.

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking global de casos de cyberbullying, atrás apenas da Índia, segundo pesquisa recente do Instituto Ipsos. A violência digital entre adolescentes preocupa especialistas, especialmente com o avanço do acesso às redes sociais sem a devida supervisão. Um estudo realizado pela Universidade de Minas Gerais (UFMG) com o IBGE, apontou que 13,2% dos estudantes brasileiros entre 13 e 17 anos já foram vítimas de agressões online. 

O coordenador do serviço de Psiquiatria Infantil do Ambulatório Escola São Lucas e professor convidado da pós-graduação em Psiquiatria da PUC-Rio, Fábio Barbirato, explica que o bullying ocorre de forma repetitiva, não apenas um dia, e é feito por crianças da mesma idade.

“Quando o bullying ocorre de forma intensa nos ciclos pessoais, as crianças podem buscar escape no digital e encontrar amigos virtuais”, explica o professor. Nestes casos, recomenda-se redobrar a atenção, não apenas ao tempo de uso, mas também como é gasto o tempo nas telas. 

Por definição, o cyberbullying é uma forma de bullying e agressão por meios digitais. Segundo a Unicef, a prática pode incluir o envio de mensagens ou ameaças com tom de humilhação, disseminação de mentiras e fotos constrangedoras, assim como fingir ser outra pessoa por meio de redes sociais, aplicativos de mensagens e até mesmo jogos online.

Desde dezembro de 2023, as práticas de bullying e cyberbullying se tornaram crimes previstos no Código Penal. Na primeira situação, a penalização é uma multa, mas casos agravados de cyberbullying podem ter, além da multa, de  dois a quatro anos de prisão.

 
 
A questão da privacidade não existe. Como pai e mãe é dever estar atento a qualquer forma de comunicação que os jovens têm através da mídia.
— Prof. Fábio Barbirato

Fábio Barbirato, professor convidado da pós-graduação em Psiquiatria da PUC-Rio.

 

Barbirato também enfatiza que o uso indevido das redes sociais pode expor as crianças e os próprios pais a situações de risco, resultando em jovens que causam ou sofrem bullying. “Os pais acabam sabendo apenas com as consequências, que podem ser machucando alguém ou se machucando”.

É importante estar atento a sinais de que o jovem pode estar sofrendo, como se isolar, não frequentar ambientes que antes eram confortáveis, irritar-se com maior facilidade e ficar mais sensível. “Quando a criança sofre, ela começa a ter comportamentos que indicam isso e precisa ser observada. Caso necessário, procure ajuda”, alerta o professor.


O Ambulatório Escola São Lucas da PUC-Rio oferece atendimento especializado em Psiquiatria Infantil, sob a coordenação do Prof. Fabio Barbirato. Agendamentos podem ser feitos pelo WhatsApp (21) 99220-1002., ou clicando no botão abaixo: